sexta-feira, 11 de julho de 2014

A Mudança( A Vida Muda, mas fala mais alto)



                                                                             A Carol Aó Freitas

O Homem e Mulher no mundo ainda persiste na ignorância e ilusão, aos desentendidos o tempo é de mudança. A prática do Bem exige muito mais que uma verborragia pacifica e mansa, a fala não tem serventia quando apenas é discurso. A fala não revigora quando não é exemplo. A fala não cessa multidão quando é só teoria.

O trabalho do Homem e Mulher é constante, inclusive dormindo, principalmente sozinho. Pois é no intimo que reconhecemos onde cada um esconde a sua dor, angústia e falsidade. O lado negativo em essência não é inerente a Humanidade, mas ao longo do nosso processo evolutivo adquirimos uma carga tão pesada que voltamos diversas vezes a mesma casa para aliviar o peso, tirar instrumentos desnecessários, peças fundamentais inúteis, desapegos à artigos de primeira linha sem valor.

Há muitas teorias, pois habituamos a ouvir o que nos é imposto e é um imposto caríssimo, no entanto há muitas práticas e melhoras ao nosso redor. Há iniciativas por todos os lados, os coletivos, os grupos, em todas as áreas, mobilizações, movimentos, diversos pontos de luz acendem a todo instante não tenho dúvida disso. Ainda que pareça o contrário, ainda que Homem e Mulher pareçam fora de si.

Divulgamos informações superfluas, rimos de dores alheias, a desesperança assola os corações por pouco. Ainda assim, o ensinamento é dado de diversas formas para vários de tipos de mentes e emoções. Não há nada melhor, somente há, não há ninguém melhor somente há, nenhum lugar é tão bom quanto o seu. Ninguém é tão perfeito quanto o que te abraça e olha em seus olhos. E você sente, vibra e alguns de muito longe só de lembrar é o suficiente para saber a essência.

A família, é o maior ambiente de crescimento quando se entendi o proposito. Cada membro dessa tem uma tarefa. Observe! Reflita! Família no comteporâneo transfigurou. É todo espaço onde agrega pessoas que desenvolvem alguma relação. Independe relação.

O nosso exercicio de Humanidade é ser Humano, e ninguém tem o poder de interferir na nossa trajetória a não ser que permitamos, a não ser que nos limitemos a ser subservientes.

Não importa o tempo, o espaço, a linha de pensamento, a crença. A mudança começou faz tempo, e se não acordou ainda. Acorde, todo momento é terreno fértil.


Frame do curta-metragem: Bahia com P. Direção: Jamile Coelho, Direção de Fotografia: Carol Aó Freitas, Câmera: Eduardo Costa

terça-feira, 8 de abril de 2014



a invenção do escritor num lugar sem leitura

no alvo o interesse é um dia de sol num varanda arborizada do leste da Bahia. De imediato aconteceu um crime. Roubo. Roubo consumado.No senso comum. Roubo é quando assaltam a um qualquer, qualquer hora e local. No entanto, roubo é mão armada. A fogo e ferro. E ao que consta. Foi furto. Um roubo desarmado. Tantas mazelas. Mazelas parece o prato principal da camada. Então devida a dita cuja mazela. Serve no almoço. No horário de almoço. Entre a manhã, o descanso, o descaso, a fome, o saciar e ncompreensão
do que se come.

Furto. Furto numa sexta-feira. Bairro periferia. Normal. Vazio. Não creio na divindade da normalidade. Para tanto nada em circunstância alguma é normal.

Objeto. Celular. Exposição ao tempo. Tempo suficiente para sumir. Tempo sexta. Tempo tarde.

Vítima mulher. Mulher assalariada. Mulher negra assalariada. Mulher negra assalariada.

Acontecimento indolor físico. Parcial psicologico. Apego. Perda. Ressentimento. Busca. Sistema de segurança.

Registro do fato. Furto. Quem ?O meliante.
O que defini como o meliante.? Nada. Meliante possível sexo masculino. Possível. Possível também sexo feminino. Possível. Possível também indefinido. Possível.

Nada normal. Nada. Não há divindades no planeta NORMAL.

- Ó Machado! Registrou tudo?
- Sim, senhor chefe!
- A vítima quer declarar mais alguma coisa.
- Sim senhor delegado. Registra, por favor. Fato ocorrido na escola por adolescentes em frente a delegacia. E que sinto imensa dor pelo(a) possível aluno(a).

segunda-feira, 24 de março de 2014

11-19.


Sou do tempo em que as músicas eram de duplo sentido. Do tempo em que ia a folia só para  dançar, por que era muito tímido para entrar em uma conversa com uma garota. Havia medo ao imaginar qualquer iniciativa. Mas? Ia. Cada dia terminava ás 6 da manhã, pois é quando passava o primeiro ônibus para ir para casa. Fosse em que lugar fosse. E íamos.  Dormia no ônibus. Não dormia.  Levava pedrada no teto. Na janela. Estilhaço. Moça. Costas. Sangue. Recolher. Pedaços. Presenciava assalto. Andava da Ondina-Barra e voltava brincando Barra – Ondina. O tempo em que me divertia tanto. Uma sensação de implosão rumo à superfície. Canto. Grito. Sonho? Sonho era ir todos os dias do carnaval ao carnaval, incluso a quarta – feiras de cinzas ainda em brasa. Neste mesmo tempo, idealizava um mês de carnaval, pois só quem já foi ao carnaval sabe que uma semana é pouco para acompanhar todos os blocos, trios independentes, microtrio, camarotes, cantar todas as músicas deste e de outros carnavais.

... um carnaval qualquer...

Uma vez no carnaval. Fui para a rua com dor de cabeça. Muita gente. Som altíssimo. Final do percurso para o Chiclete com Banana. Inicio do dia às 18 horas. Quando o trio elétrico tocou nos ouvidos. A dor de cabeça sumiu. Era noite de carnaval. Uma terça – feira e já era quarta- feira.  A polícia mandava parar qualquer som e resmungava. Vendíamos cerveja por R$ 0,50. Havia um freezer cheio delas. Todas em estado sólido. Éramos emoção. O carnaval havia terminado. E mais parecia quinta – feira na abertura. Eu já doía de amor e nem doía tanto, pois já era tempo para desacelerar a amargura. Estava há duas horas de minha cama. E quando chegasse em casa com certeza. Haveria trabalho. Um filho da classe média raspando – grana, conversava com um sujeito (ladrão). E informava a esse que o certo era roubar dos ricos e não de um qualquer. Todos os becos estavam infestados. E os residentes Barra – Ondina, respiravam aliviados o odor do carnaval. O trânsito trafegava pedestre. O mar refugavam. Era tanta a euforia que até hoje quando a onda recolhe sua garra cravada na areia, leva uma lágrima de cada folia naquela avenida.

... um carnaval qualquer ...

 Crianças eram cinco. Cada uma com um adulto. Entre tios(as) e mãe. A praça da Piedade. Igreja da Piedade. Portal da Piedade – Cemitério. Igreja de São Pedro. Delegacia da Policia Civil. Shopping Piedade. E sabíamos de nada?! Eram (11, 10, 9, 6, e 5) e outros cincos adultos. Carnaval. Uma praça tomada. E numa tarde de domingo. Vimos todas as atrações do carnaval. E  noite por um longo período a dose seguinte aumentava.

... um carnaval qualquer...

Não conhecia aquela velha senhora. Cidade tomada e autômata de gente. Estrangeiro. E mulheres. E homens. E crianças e famílias inteiras trabalhavam. E quando havia uma confusão? Uma grandiosa? Uma grande cerca de homens e mulheres enlouquecidos de festa. Para onde correr? Para trás, sempre. E para trás sempre varia. E os nossos onde estariam? Onde estar é sempre perto. Na frente e atrás. Ao lado. Ao redor sempre. Polícia e uma grande clareira. E sempre íamos brincar. É Carnaval !!! Homens beijavam outros homenzarrões. E mulheres eram “beijadas” por todos (11, 12, 15). As mãos no Carnaval são como sujeitos. Ou objetos vivos. No rosto. No bolso. Na bunda. Presas. Ou dadas. A mão toca. E é tocante.

Artistas, íamos ver artistas! Artistas no trio. No chão. Andando só. Com segurança. Era bloco sem corda. E víamos artistas sem maquiagem suando horrores no calor humano da Bahia, vermelhos e brancos. Eram artistas. Dizei com que andas e te direis quem és. Por certo éramos foliões. Mas, ao lado de artista. Hoje, uma foto na rede.

Em quaresma, não entendo agora. Como ia ao carnaval. Era por todos os lados figuras e figurões estranhas (os) e desconhecidas(os). Estávamos sempre com os nossos da nossa cidade. Os que mal víamos o ano todo ou até víamos durante todo o ano. Era no Carnaval que víamos, gente. Gente minha gente. Gennnnnnnnnnnnnteeeeeeeeeeeeeee !!! Cada um com um objetivo. Eu ia brincar. E só, o resto era lucro. Vez ou outra era prejuízo. Mas, é Carnaval. Ou já era Carnaval. No momento, vivo em pontes. Ou cavernas.

Axé !!!!

quarta-feira, 19 de março de 2014

frases da cabeça no tempo - série zero a direita # 4

estou ali ó! entre triste e insatisfeito, Feliz por jogar uma lixeira inteira fora.

Para Desejar Uma Boa Viagem ( a Sangue Quente) ou Um Poema Vermelho Condensado Instantâneo.





Onde o coração, sujeita uma intenção e a visão amplia diante do individuo.
Ao que Narciso vê, sou fundo.
Ao que Little Richard vê, sou fundo.
Uma faca enrolada em papel de presente, sou corte, sou fundo.
a Claúdio Marinho
 
 Italo João das Botas,  olhos marinhos de Rio Vermelho a nada maternal e imaterial Cláudia Marinho,  não por falta de obra, outras convenções.  Onde o coração, sujeita uma intenção e a visão amplia diante do individuo.  A Italo, uma garrafa com a mensagem, no dia de preferência  retorno quando ainda inverno,  verão nesse oceano chamado expectativa - retrato.  A filial ainda processo, o desassossego de uma manjedoura, estou para o-universo-assim-como-o-barco está para o século XV. E finalmente tão expectativa-retina e retinta, velha senhora. Parto deste o primeiro dia, parto no segundo partida retorno partilha retorno, ainda em Italo, espero. Somente. Espero.  Ao que Narciso vê, sou fundo.Ao que Little Richard vê, sou fundo.
 
 Uma faca enrolada em papel de presente, sou corte, sou fundo.








sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

frases da cabeça no tempo - série zero a direita # 3 - dEUS,

                                                                                                           A Claúdia Marinho
eu sou deus da minha humanidade dotado de uma insanidade pura para ser em qualquer espaço-tempo, o que bem entendo. Um Abraço.

Da Série - Meu Nome é Pedro.

Salvador, 23 de Setembro de 2001.

Meu nome é Pedro tenho 12 anos, e escrevo.

Escrevo porque passo muito tempo dentro do meu mundo, das minhas coisas, da minha cabeça, do que acho certo. E como tenho poucos amigos, talvez se eu não escrever. Não vou estar legal, pois penso sempre, sempre mesmo muita coisa. E sinto vontade de compartilhar o que acho.  Eu desde pequeno, 7 anos mais ou menos. Sempre fui uma criança estranha, pois ficava perguntando aos meus pais. Por que garfo é garfo e faca era faca?  A  dúvida permanece, e outras mais.

 Hoje estudo a sexta série, e minha dúvida maior é para que estudo tanto? Meu professor de Ciências, disse que é para ser alguém melhor, mas sou uma boa pessoa,  mesmo que  muitas vezes, as pessoas não me respeitem.  Só não entendo por que estudo tanto? Outro dia perguntei ao meu irmão mais velho por que estudo tanto e ele não soube me responder. Disse que era bom. Que era legal e só. Fui perguntar a minha avó que estudou até a quarta série e estava fazendo aceleração nos estudos. Minha avó teve que trabalhar para criar os irmãos, então parou de estudar aos 11 anos. 60 anos depois voltou a estudar. Minha avó, mesmo assim era muito inteligente, mas se perdia ainda nas contas. E sempre que ia a rua precisava de uma outra pessoa para pegar ônibus. Por conta da miopia e por não saber diferenciar um letreiro de ônibus do outro.

 Minha avó me falou que ler era essencial para saber lidar com esse nosso mundo. Que estudar, era tudo que sempre quis, mas nunca foi possível para ela por conta do trabalho, da família. Ainda assim, eu não entendia para que tantos nomes complicados na ciência, ou história e histórias distantes de nosso tempo, ou números na matemática que não usava normalmente.

 Como nunca estava satisfeito. Fui saber de meu pai, que era músico. Por que tinha que estudar tanto? Meu pai me falou que diferente da vida da minha avó, a vida dele foi um pouco mais fácil. Mas, ainda assim difícil. Fiquei sem entender e ele explicou. Desde pequeno trabalhou, pois seu pai tinha uma pequena mercearia e  precisava ajudar o pai no sustento da família. Durante um bom tempo, meu pai estudou e trabalhou. Inclusive durante a faculdade. E sofreu muito com o preconceito por ser músico e a  construção - imagem do fracasso social( música não dá dinheiro, só por diversão música, entre outros limites). Por conta das dificuldades que a sua família passava que se empenhou mais ainda para obter bons resultados na escola e faculdade. Tocava muito, estudava muito, pois é realmente o que dizem para ser músico, não precisa muita coisa. No entanto, para ser um bom músico, um excelente músico. É necessário exaustivo e solitários dias de estudos. O estudo lhe deu a oportunidade de realizar diversos sonhos, como viajar, conforto para os filhos, boas escolas, e quando o pai dele estava velhinho e doente. Ele conseguiu pagar todas as despesas, como medicamento, hospital, alimentação entre outras coisas.

 Eu consegui entender mais, o por que de se estudar tanto, mas mesmo assim, por que tinha que estudar tantas coisas chatas? Meu pai me falou, que existem maneiras divertidas de se aprender a respeito de qualquer assunto. Bastava que eu quisesse e o assunto se tornaria interessante.  Então, passei a estudar mais, ler mais, escrever mais. E comecei a me interessar mais, por que pesquisava e comparava o que aprendia com o meu dia a dia, fosse na rua, escola, ou mesmo em casa. Conseguia aprender, entendendo como funcionava na minha vida. Não quis que o estudo fosse algo fora da minha vida e sim a minha vida. Independente do que seria meu futuro. Meu pai me falou, ainda que eu precisava ter paciência que tudo no seu tempo acontece. E que eu vivesse cada momento, por que nunca mais voltaria ao mesmo lugar. Na hora do estudo, estudasse; na hora da brincadeira, brincasse; E nunca, nunca desperdiçasse essa oportunidade.

 Pedro, 12 anos – 2001.

 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O Santo dá Mistério dá Dúvida.

                                                                          a Anita Schonccian

Para qualquer santo, costumo aumentar o mistério. Se santo é preposição, se santo é pornográfico, se o santo é escrito ou uma televisão, se é dominante ou progressista. É ferramenta. É um aliado. A dúvida é uma arma das melhores.  Acima do santo, o mistério. O dito pelo subentendido, bem cotidiano. Acredito, mas tenho dúvidas. Bem século 19. Contemporâneo é a dúvida. E-mail a tanto nada. E-mail a tudo, nada. E cada vórtice tem uma verdade. Um ideograma de Os Lusíadas é a âncora.
 
Amém?
 
 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

frases da cabeça no tempo - série zero a direita # 2


Obs: . Precisamos praticar o conhecimento, pois temos uma coleção de teorias perfeitas em diversas línguas e linguagens com mofo e poeira nas gavetas.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Uma Tese para uma Carta de Amor


 A capa do jornal de hoje dizia:

“ A ciência está em polvorosa, descoberto manuscrito com uma frase surpreendente de mulher de 80 anos.

Uma agenda com relatos de experiências, confissões, fotos, canções, recortes de jornais e uma frase em destaque chama a atenção dos cientistas.  Nessa manhã de quinta-feira os estudiosos ficaram surpresos com a leitura da agenda e notaram que era uma carta comum de amor.  Mas, ainda não conseguiam explicar por que, todas, ás vezes em que liam a devida carta era uma comoção em todo o laboratório. Em especial essa manifestação se dava quando a leitura da referida frase ocorria, frase está que por enquanto não pode ser mencionada por uma questão de segurança, e certificação da sua veracidade. Há duas semanas, inúmeros exames de qualificação, teste de peso, teste de medição, teste para verificar a idade do papel, teste para averiguar o tipo de tinta e a caneta utilizada na feitura da cartinha de amor da senhora de 80 anos.

Cientistas como neurolínguistas, bioquímicos, psicólogos, especialistas em literatura, bem com um sujeito que era pós da pós da pós em carta de amor ao longo da história.  Entre outros profissionais foram chamados para análise do objeto e conteúdo. E nenhuma definição especifica sobre a ocorrência do choro coletivo.

 O cientista K.R.J. da Universidade norte – americana, explica que há uma preocupação e expectativa da comunidade cientifica, pois já esta sendo feito há cinco anos diversas tentativas e as experiências não avançam. Os financiamentos por sua vez estão acabando e há o receio com os devidos empregos e nomes no meio científico. O cientista ainda revela que na próxima segunda – feira será realizado, o último experimento.

Segunda – Feira, Laboratório.

 Foi convocado um sujeito desconhecido que se submeteu apenas a ler a carta sem saber a razão real da leitura. Em uma câmara acústica com microfones e câmeras. O sujeito leu a primeira frase da carta.  – Eu Te Amo!!!  A interpretação do texto foi tamanha que era inegável que este havia escrito a carta. O laboratório girou. Os cientistas atordoados. O sujeito intacto. Os cientistas ao sujeito. - O senhor escreveu essa carta? E o sujeito: – De modo algum. Aos cientistas dúvidas. - Como ?  Por que ? O sujeito falava com tanta propriedade de um assunto e texto que não lhe era próprio. E o sujeito: - Sensível ao mundo, posso dizer que cada linha descrita é um momento importante a dois, a saudade de um tempo e pessoa no retrovisor da história. As noites, semanas e semanas, as brigas, as reconciliações, as frustrações e as vitórias por tanta brevidade, ainda que intrínseca, é visível, estão nas entrelinhas. As borboletas cheirosas do olhar da senhora em seu companheiro.  Incomum, mas normal ao aprendiz.


Um silêncio majestoso no ambiente, e nos dias seguintes os cientistas continuaram chorando, mas com ciência de tanta alegria e dor em seus corações.