quinta-feira, 1 de março de 2018

Antes de curtir melhor ler o texto todo, por que a foto bonitinha bote ser um chamariz.

Antes de curtir melhor ler o texto todo, por que a foto bonitinha bote ser um chamariz.

Nessa casa? Moro há exatos 25 anos. Janeiro de 1993. E nesta terra, passei por diversos tipos de experiência, enterrei e rezei missa para um cachorro da família. Meu pai quando faleceu, eu morava nessa casa. Quando vi morar nessa região para ser exato, éramos poucas casas, cinco vizinhos no máximo, atravessávamos de uma rua a outra por entre os terrenos baldios, de olho no chão, com precaução a cobra. A areia afundava, e seguíamos dentro do mato baixo. Jogava bola no terreno em frente, e íamos para dentro do jóquei ver os meninos saltar no areal e ouvir histórias de um camarada com espingarda de sal, que atirava em quem entrasse para além da cerca. Ainda assim, íamos.
Quando chegamos nessa casa, e para antes de vir morar. Carreguei os blocos para a construção da casa. Eu e meus irmãos, todos pequenos, meu pai sempre presente. Construímos essa casa, de mão na massa. Então, fugindo do aluguel meu pai resolveu entrar na casa do jeito que estivesse. Sem portão, com o tanque no chão, tomávamos banho atrás do tanque, a casa toda por fazer. Jogavamos água para varrer a casa. Foi projetada para ser uma casa de dois andares,  mas casa levantada do chão, é sempre casa em construção, e hoje continua com uma estrutura de casa sem andar, mas uma casa grande, nós somos os senhores e senhora. Minha mãe Senhora de 7 filhos. Mas, tivemos que ir morar, em outro espaço. E um dia vi um oficial de justiça entrar na nossa casa, onde era nosso trabalho e questionar, se minha mãe cuidando de seis filhos ainda, pois ainda viria uma outra moça, linda hoje. Se Maria, minha mãe e nossa. Estava de verdade, se não escondia nada. 
25 anos!? Pouco. Mas, tantas histórias. E talvez não estórias.
Mas, essa dor pouca. Foi um exemplo para dizer. Eu quilombo, eu aldeia. De sofrimento e lutas de sangue, de muitos mortos. De muitas privações, não consigo um direito básico dentro do meu espaço de Vida. O estado brasileiro, não garante a comunidade nenhuma, o direito e nem o direito de ir e vir, sem antes retirar o direito do povo da terra. Eu, dentro do espaço quilombo / aldeia, sou obrigado, obrigado!  A provar, que todas essas minhas marcas de sol, e pele rasgada pelo trabalho na terra, bem como minha pele de mangue – tupinambá. Não comprovam, a minha existência nessa região, enquanto nada que eu queira ser. Não entro em minha terra para pescar, nem para plantar ou colher, nem para estar com sagrado, sou cercado por muros, cercas, fuzis, armas na cabeça, vistorias em portarias, estupro, milícias, estradas de concessionarias concedidas por prefeitura e o estado, passam em meio ao território. Há essa altura sou a quinta geração, e tenho um corpo cansado com trinta e cinco anos que minha avó de noventa e dois, talvez não tenha. Não que ela, não tenha vivido. Mas, estou cansada. E confusa, o estado brasileiro. Na figura das forças armadas me oprime, na figura de instituições destinas ao meu apoio, não dialoga, não apoia, se sou índio não tenho FUNAI, não na sua função real, se sou da terra, não tenho INCRA, não na sua função real, se sou quilombo arrasto a corrente de uma audiência pública, em que conversa e conversa, sou mais uma na conversa e os senhores e senhoras, não resolvem a minha questão. O estado brasileiro, ordena, julga e mata, e protege até o ponto da palavra, estando com o penúltimo escalão do poder, ouvi e ouvi bastante o que tenho a dizer, mas em termos efetivos?
Meu mar, e o desse povo todo nessa sala. Está contaminado. Eu não posso deixar, minhas irmãs no mangue com perigos de estupro, assassinato, espancamento. As políticas públicas necessitam ser reais, efetivas. Pois nós, a classe que não quer e não vai se calar, não queremos privilégios ao contrário da classe capital, queremos os direitos e deveres na sua medida dentro de cada esboço elaborado em assembleia e deliberado por todos dessa plenária, e não apenas o interesse de minoria para uma maioria que somos nós, ao povo brasileiro que sofre e não tenho pena, tenho uma galinha inteira para repartir, vamos acordar. Estamos precisando, desligar as nossas matrizes cubicas de novelas. E educar, os nossos filhos e a nossa geração de uma outra forma, pois a morte é inevitável, e prefiro morrer a ter que carregar o caixão de meus filhos. O meu espírito continuaram nessa luta, pois os nossos mortos estarão nos acompanhando nessa Luta. Luta. Luta.
Talvez pareça nada, ou muito. Mas o pouco que vi, e não vivi na pele o relato é nada. Ao povo quilombola de Quingoma, Pitanga de Palmares, Porto dos Cavalos, Dandá, Alto do Tororó, Rio dos Macacos, e todos os quilombos de resistência, periferias e subúrbios. Ao povo indígena Tupinambá, Kariri – Xocó, Fulniô, e a todo o povo da mata.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A Mudança( A Vida Muda, mas fala mais alto)



                                                                             A Carol Aó Freitas

O Homem e Mulher no mundo ainda persiste na ignorância e ilusão, aos desentendidos o tempo é de mudança. A prática do Bem exige muito mais que uma verborragia pacifica e mansa, a fala não tem serventia quando apenas é discurso. A fala não revigora quando não é exemplo. A fala não cessa multidão quando é só teoria.

O trabalho do Homem e Mulher é constante, inclusive dormindo, principalmente sozinho. Pois é no intimo que reconhecemos onde cada um esconde a sua dor, angústia e falsidade. O lado negativo em essência não é inerente a Humanidade, mas ao longo do nosso processo evolutivo adquirimos uma carga tão pesada que voltamos diversas vezes a mesma casa para aliviar o peso, tirar instrumentos desnecessários, peças fundamentais inúteis, desapegos à artigos de primeira linha sem valor.

Há muitas teorias, pois habituamos a ouvir o que nos é imposto e é um imposto caríssimo, no entanto há muitas práticas e melhoras ao nosso redor. Há iniciativas por todos os lados, os coletivos, os grupos, em todas as áreas, mobilizações, movimentos, diversos pontos de luz acendem a todo instante não tenho dúvida disso. Ainda que pareça o contrário, ainda que Homem e Mulher pareçam fora de si.

Divulgamos informações superfluas, rimos de dores alheias, a desesperança assola os corações por pouco. Ainda assim, o ensinamento é dado de diversas formas para vários de tipos de mentes e emoções. Não há nada melhor, somente há, não há ninguém melhor somente há, nenhum lugar é tão bom quanto o seu. Ninguém é tão perfeito quanto o que te abraça e olha em seus olhos. E você sente, vibra e alguns de muito longe só de lembrar é o suficiente para saber a essência.

A família, é o maior ambiente de crescimento quando se entendi o proposito. Cada membro dessa tem uma tarefa. Observe! Reflita! Família no comteporâneo transfigurou. É todo espaço onde agrega pessoas que desenvolvem alguma relação. Independe relação.

O nosso exercicio de Humanidade é ser Humano, e ninguém tem o poder de interferir na nossa trajetória a não ser que permitamos, a não ser que nos limitemos a ser subservientes.

Não importa o tempo, o espaço, a linha de pensamento, a crença. A mudança começou faz tempo, e se não acordou ainda. Acorde, todo momento é terreno fértil.


Frame do curta-metragem: Bahia com P. Direção: Jamile Coelho, Direção de Fotografia: Carol Aó Freitas, Câmera: Eduardo Costa

terça-feira, 8 de abril de 2014



a invenção do escritor num lugar sem leitura

no alvo o interesse é um dia de sol num varanda arborizada do leste da Bahia. De imediato aconteceu um crime. Roubo. Roubo consumado.No senso comum. Roubo é quando assaltam a um qualquer, qualquer hora e local. No entanto, roubo é mão armada. A fogo e ferro. E ao que consta. Foi furto. Um roubo desarmado. Tantas mazelas. Mazelas parece o prato principal da camada. Então devida a dita cuja mazela. Serve no almoço. No horário de almoço. Entre a manhã, o descanso, o descaso, a fome, o saciar e ncompreensão
do que se come.

Furto. Furto numa sexta-feira. Bairro periferia. Normal. Vazio. Não creio na divindade da normalidade. Para tanto nada em circunstância alguma é normal.

Objeto. Celular. Exposição ao tempo. Tempo suficiente para sumir. Tempo sexta. Tempo tarde.

Vítima mulher. Mulher assalariada. Mulher negra assalariada. Mulher negra assalariada.

Acontecimento indolor físico. Parcial psicologico. Apego. Perda. Ressentimento. Busca. Sistema de segurança.

Registro do fato. Furto. Quem ?O meliante.
O que defini como o meliante.? Nada. Meliante possível sexo masculino. Possível. Possível também sexo feminino. Possível. Possível também indefinido. Possível.

Nada normal. Nada. Não há divindades no planeta NORMAL.

- Ó Machado! Registrou tudo?
- Sim, senhor chefe!
- A vítima quer declarar mais alguma coisa.
- Sim senhor delegado. Registra, por favor. Fato ocorrido na escola por adolescentes em frente a delegacia. E que sinto imensa dor pelo(a) possível aluno(a).

segunda-feira, 24 de março de 2014

11-19.


Sou do tempo em que as músicas eram de duplo sentido. Do tempo em que ia a folia só para  dançar, por que era muito tímido para entrar em uma conversa com uma garota. Havia medo ao imaginar qualquer iniciativa. Mas? Ia. Cada dia terminava ás 6 da manhã, pois é quando passava o primeiro ônibus para ir para casa. Fosse em que lugar fosse. E íamos.  Dormia no ônibus. Não dormia.  Levava pedrada no teto. Na janela. Estilhaço. Moça. Costas. Sangue. Recolher. Pedaços. Presenciava assalto. Andava da Ondina-Barra e voltava brincando Barra – Ondina. O tempo em que me divertia tanto. Uma sensação de implosão rumo à superfície. Canto. Grito. Sonho? Sonho era ir todos os dias do carnaval ao carnaval, incluso a quarta – feiras de cinzas ainda em brasa. Neste mesmo tempo, idealizava um mês de carnaval, pois só quem já foi ao carnaval sabe que uma semana é pouco para acompanhar todos os blocos, trios independentes, microtrio, camarotes, cantar todas as músicas deste e de outros carnavais.

... um carnaval qualquer...

Uma vez no carnaval. Fui para a rua com dor de cabeça. Muita gente. Som altíssimo. Final do percurso para o Chiclete com Banana. Inicio do dia às 18 horas. Quando o trio elétrico tocou nos ouvidos. A dor de cabeça sumiu. Era noite de carnaval. Uma terça – feira e já era quarta- feira.  A polícia mandava parar qualquer som e resmungava. Vendíamos cerveja por R$ 0,50. Havia um freezer cheio delas. Todas em estado sólido. Éramos emoção. O carnaval havia terminado. E mais parecia quinta – feira na abertura. Eu já doía de amor e nem doía tanto, pois já era tempo para desacelerar a amargura. Estava há duas horas de minha cama. E quando chegasse em casa com certeza. Haveria trabalho. Um filho da classe média raspando – grana, conversava com um sujeito (ladrão). E informava a esse que o certo era roubar dos ricos e não de um qualquer. Todos os becos estavam infestados. E os residentes Barra – Ondina, respiravam aliviados o odor do carnaval. O trânsito trafegava pedestre. O mar refugavam. Era tanta a euforia que até hoje quando a onda recolhe sua garra cravada na areia, leva uma lágrima de cada folia naquela avenida.

... um carnaval qualquer ...

 Crianças eram cinco. Cada uma com um adulto. Entre tios(as) e mãe. A praça da Piedade. Igreja da Piedade. Portal da Piedade – Cemitério. Igreja de São Pedro. Delegacia da Policia Civil. Shopping Piedade. E sabíamos de nada?! Eram (11, 10, 9, 6, e 5) e outros cincos adultos. Carnaval. Uma praça tomada. E numa tarde de domingo. Vimos todas as atrações do carnaval. E  noite por um longo período a dose seguinte aumentava.

... um carnaval qualquer...

Não conhecia aquela velha senhora. Cidade tomada e autômata de gente. Estrangeiro. E mulheres. E homens. E crianças e famílias inteiras trabalhavam. E quando havia uma confusão? Uma grandiosa? Uma grande cerca de homens e mulheres enlouquecidos de festa. Para onde correr? Para trás, sempre. E para trás sempre varia. E os nossos onde estariam? Onde estar é sempre perto. Na frente e atrás. Ao lado. Ao redor sempre. Polícia e uma grande clareira. E sempre íamos brincar. É Carnaval !!! Homens beijavam outros homenzarrões. E mulheres eram “beijadas” por todos (11, 12, 15). As mãos no Carnaval são como sujeitos. Ou objetos vivos. No rosto. No bolso. Na bunda. Presas. Ou dadas. A mão toca. E é tocante.

Artistas, íamos ver artistas! Artistas no trio. No chão. Andando só. Com segurança. Era bloco sem corda. E víamos artistas sem maquiagem suando horrores no calor humano da Bahia, vermelhos e brancos. Eram artistas. Dizei com que andas e te direis quem és. Por certo éramos foliões. Mas, ao lado de artista. Hoje, uma foto na rede.

Em quaresma, não entendo agora. Como ia ao carnaval. Era por todos os lados figuras e figurões estranhas (os) e desconhecidas(os). Estávamos sempre com os nossos da nossa cidade. Os que mal víamos o ano todo ou até víamos durante todo o ano. Era no Carnaval que víamos, gente. Gente minha gente. Gennnnnnnnnnnnnteeeeeeeeeeeeeee !!! Cada um com um objetivo. Eu ia brincar. E só, o resto era lucro. Vez ou outra era prejuízo. Mas, é Carnaval. Ou já era Carnaval. No momento, vivo em pontes. Ou cavernas.

Axé !!!!

quarta-feira, 19 de março de 2014

frases da cabeça no tempo - série zero a direita # 4

estou ali ó! entre triste e insatisfeito, Feliz por jogar uma lixeira inteira fora.

Para Desejar Uma Boa Viagem ( a Sangue Quente) ou Um Poema Vermelho Condensado Instantâneo.





Onde o coração, sujeita uma intenção e a visão amplia diante do individuo.
Ao que Narciso vê, sou fundo.
Ao que Little Richard vê, sou fundo.
Uma faca enrolada em papel de presente, sou corte, sou fundo.
a Claúdio Marinho
 
 Italo João das Botas,  olhos marinhos de Rio Vermelho a nada maternal e imaterial Cláudia Marinho,  não por falta de obra, outras convenções.  Onde o coração, sujeita uma intenção e a visão amplia diante do individuo.  A Italo, uma garrafa com a mensagem, no dia de preferência  retorno quando ainda inverno,  verão nesse oceano chamado expectativa - retrato.  A filial ainda processo, o desassossego de uma manjedoura, estou para o-universo-assim-como-o-barco está para o século XV. E finalmente tão expectativa-retina e retinta, velha senhora. Parto deste o primeiro dia, parto no segundo partida retorno partilha retorno, ainda em Italo, espero. Somente. Espero.  Ao que Narciso vê, sou fundo.Ao que Little Richard vê, sou fundo.
 
 Uma faca enrolada em papel de presente, sou corte, sou fundo.








sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

frases da cabeça no tempo - série zero a direita # 3 - dEUS,

                                                                                                           A Claúdia Marinho
eu sou deus da minha humanidade dotado de uma insanidade pura para ser em qualquer espaço-tempo, o que bem entendo. Um Abraço.