A voz de mais de oitenta anos soou desconcertante para mim. - Filho vem me ensinar!!!
Ensinar ? Como assim ? Confuso, observador e crítico, os dois hemisférios do cérebro, a lógica e o lúdico numa trava de braços.O que tenho para ensinar ? Eu, um garoto. Ainda que fosse um homem. O que um homem tem para ensinar a uma mulher. Uma mulher com mais de oitenta anos, muitos nascimentos: filhos, netos, bisnetos. Um divórcio. Um filho afogado. Fome. Sono ( a fraqueza dá sono). Morou em diversas cidades. Viveu no interior e no "Interior Viva" de volta a infância. Ainda cozinha. Vai a igreja. Costura. Vai a casa da vizinha na travessa São Luis. Mas, com oitenta é uma criança e às vezes não lembra onde fica a mesma casa que mora a mais de trinta anos.Uma dormência na Alma. Ensinar a minha Avó um exercício simples sobre o alfabeto. Simples para uma mulher de oitenta anos. Simples para o começo. Uma criança de três anos.A mesma ingenuidade. A mesma regra. A espiral das circunstâncias girou e segue.O que seria natural. Inverte. Os filhos nascem para ser pais. Os pais inocentes.
O fascinante, uma abóbada cheia de anseios.As revoluções. Os golpes. As tradições, costumes. As quedas de tabus. A moda. Arte. A televisão. O rádio. A politica. O transporte. A estrada. A comunicação. As grandes descobertas de séculos recentes. De décadas recentes. Dos anos de agora. De pouco mais de semanas ou dias. E ainda tão presente o tempo passado, ainda com o mesmo cheiro. Animais em pele humana. Ainda " ignorantes tão evoluídos.
A casa na travessa são luis,36, califórnia. Sempre espera. A visita é constante. Os filhos. Os netos. Bisnetos. Os vizinhos. E amigos. E irmãos de uma outra irmandade. Um dia acordei. E olhei o quintal. Galinha num criadora com produção de ovos. Plantação de chuchu. Plantação de Quiabo. Pimentão. E fui aconselhar.
- Aqui Vó reaproveita as cascas, restos de comida. E ela. - Já fazemos isso meu filho.
Ainda lembro a frase, e com a mesma dormência na Alma. O único desejo é poder ensinar a minha mãe andar de bicicleta. É o que sei fazer de melhor. Andar.
Ensinar ? Como assim ? Confuso, observador e crítico, os dois hemisférios do cérebro, a lógica e o lúdico numa trava de braços.O que tenho para ensinar ? Eu, um garoto. Ainda que fosse um homem. O que um homem tem para ensinar a uma mulher. Uma mulher com mais de oitenta anos, muitos nascimentos: filhos, netos, bisnetos. Um divórcio. Um filho afogado. Fome. Sono ( a fraqueza dá sono). Morou em diversas cidades. Viveu no interior e no "Interior Viva" de volta a infância. Ainda cozinha. Vai a igreja. Costura. Vai a casa da vizinha na travessa São Luis. Mas, com oitenta é uma criança e às vezes não lembra onde fica a mesma casa que mora a mais de trinta anos.Uma dormência na Alma. Ensinar a minha Avó um exercício simples sobre o alfabeto. Simples para uma mulher de oitenta anos. Simples para o começo. Uma criança de três anos.A mesma ingenuidade. A mesma regra. A espiral das circunstâncias girou e segue.O que seria natural. Inverte. Os filhos nascem para ser pais. Os pais inocentes.
O fascinante, uma abóbada cheia de anseios.As revoluções. Os golpes. As tradições, costumes. As quedas de tabus. A moda. Arte. A televisão. O rádio. A politica. O transporte. A estrada. A comunicação. As grandes descobertas de séculos recentes. De décadas recentes. Dos anos de agora. De pouco mais de semanas ou dias. E ainda tão presente o tempo passado, ainda com o mesmo cheiro. Animais em pele humana. Ainda " ignorantes tão evoluídos.
A casa na travessa são luis,36, califórnia. Sempre espera. A visita é constante. Os filhos. Os netos. Bisnetos. Os vizinhos. E amigos. E irmãos de uma outra irmandade. Um dia acordei. E olhei o quintal. Galinha num criadora com produção de ovos. Plantação de chuchu. Plantação de Quiabo. Pimentão. E fui aconselhar.
- Aqui Vó reaproveita as cascas, restos de comida. E ela. - Já fazemos isso meu filho.
Ainda lembro a frase, e com a mesma dormência na Alma. O único desejo é poder ensinar a minha mãe andar de bicicleta. É o que sei fazer de melhor. Andar.