Nova Delhi.
Caiu agora a ficha. Estamos na Índia. Madrugada. Aeroporto de Nova
Delhi imenso com esteiras rolantes, tapetes em diversas áreas com estátuas de elefantes,
tropas do exército circulando entre pessoas que chegam e saem da Índia. Ainda
são quatro e pouco, e o próximo voo é às seis da manhã. Voaremos para o
Aeroporto de Manali e Kullu. Em um avião de cheiro duvidoso. Certamente um
daqueles modelos antigos da década de 50?60? A verdade é que se não fosse ele
enfrentaríamos 18 horas de estradas indianas ao destino inicial. E Em estradas
em situação para o além de duvidosas. Num ônibus talvez, um talvez bem
certeiro. Acompanhados de carneiro, galinhas, as compras da semana, por entre
despenhadeiros e fios de caminhos. E para fechar o enredo em mão inglesa. Às seis
e um atraso de vinte ou trinta minutos saímos de Nova Delhi destino Aeroporto
de Manali e Kullu. O cheiro. Serviço de Bordo. A paisagem na janela que à
medida que nos aproximávamos do destino ficava mais e mais bonita até voarmos
entre montanhas e desembarcarmos num aeroporto menor que a antiga rodoviária da
cidade do São Salvador. Chegamos bem. Fotos, fotos... e fotos. Já na saída do
avião. Tentei tirar fotos do avião, mas um senhor simpático com um fuzil quase
do meu tamanho pediu encarecidamente para não tirar fotos. Eu estava com o
inglês descalibrado e um hindi inexistente na minha pessoa. Mas, entendi.
Claro. Ele falou em " fuzilês". Perfeito!!! Mas, já tinha tirado a foto. O avião.
Um frio roxo. E uma montanha ao fundo, uma entidade!!!
Entramos no aeroporto e não demorou muito. Encontramos o nosso
translado. Apresentações, papo vai, papo vem. Sem legenda. Só sorrisos.
Entendido? Acertado? Dois carros. Para nos levar. E a minha câmera a posto.
Filmei. Fotografei. E vamos mais uma hora de carro até chegar no primeiro destino mais duradouro. Vale de
Kullu. Só recapitulando, saímos do Brasil na quarta - feira(05/11/2011) final da
tarde, 10 horas para Frankfurt. Esperamos cerca de duas horas em Frankfurt. De
Frankfurt para Nova Delhi mais 8 horas. E mofamos mais duas horas em Nova
Delhi. Mais uma hora de avião. Êêê!!! E mais uma hora de carro. Chegamos ao
destino inicial só o "bagaço da laranja", parece que todo o
condicionamento feito durante meses anteriores não valeram de nada. Enfim,
chegamos. Finalmente!!!
Acomodados em seus quartos. Fui tirar um pequeno cochilo. Dormi
quatro horas. O restante do grupo foi visitar o espaço em que faríamos a nossa
primeira apresentação. Vale de Kullu foi onde ficamos a nossa maior parte do
tempo. Um lugar esplendoroso. Montanhas por todos os lados. Estamos no
Himalaia, Norte da Índia, no Estado do Hymachal Pradesh. Onde Deus tirou férias
no primeiro dia de folga. Se não tirou de vez quando nos intervalos do
trabalho, ele vinha. Inclusive, o Vale de Kullu é também chamado Vale dos
Deuses, dizem que o Príncipe Gautama,O Buda passou por essa região. Bem como,
um outro grande mestre indiano, o Padma Sambhava. Onde do café da manhã do
hotel víamos o cume das montanhas "two brothers" ou Dois Irmãos,
morada do Mestre Morya. Um grande mestre da Fraternidade Branca, procura depois
e ler um pouco sobre Fraternidade Branca. http://www.caminhosdeluz.org/A-115.htm.
Estavamos no Vale de Kullu. Também
morada da Família Roerich cujo o patriarca Nicholas Roerich é festejado na
Índia por sua obra e vida. Bem como a sua esposa Helena Roerich e seus filhos
George Roerich e Svetolasv Roerich. Para se ter uma breve noção Nicholas foi
pintor( pintou mais de 7000 telas), poeta, pacifista, arqueólogo, escritor. Sua
esposa Helena escritora dentre outras atividades, assim como seus filhos
Svetolasv pintor e George arqueólogo. Moravam no Vale de Kullu e outros locais
na Índia e realizaram expedições por diversos países da Ásia, África e América.
Entre pesquisas e projetos voltados para a valorização do Sagrado e Cultura de
Paz. http://www.roerich.org/ ( site do museu Roerich de Nova York).
No mês de Outubro é comemorado o aniversário de nascimento de
Nicholas Roerich. Todos os anos diversas entidades que dão continuidade ao
trabalho da família Roerich se reúnem para comemorar esse tão celebrado
artista, advogado, filósofo. A cerca de três anos o Instituto Roerich da Paz e
Cultura do Brasil - http://www.roerich.org.br/ - com sede em Salvador e filial em São
Paulo vem mantendo contato com esse evento bem como com instituições da Rússia,
Índia, Itália, Estônia, Ilhas Maldivas através desse encontro anual no Vale de
Kullu, India. Com o intuito de trocar experiências entre as entidades Roerich
dessas localidades mencionadas.
No dia oficial a abertura
do encontro tivemos a inauguração de obras de artista russos e uma grande
celebração - meditação em homenagem ao Nicholas Roerich e nos dias seguintes
amostras artisticas.
Pela primeira vez o Brasil (Instituto Roerich da Paz e Cultura do
Brasil) em três anos estava levando uma
comitiva artística. Foi formado o grupo Capoeira Chorada para levar um pouco de
Brasil para os Himalaias. Colocamos na bagagem Capoeira, Samba de Roda,
Maculelê, Choro, Ijexá com os artistas Lula Gazineu( músico), Luiz de
Codes(músico), Átila Coutinho(músico),Santa Rosa (Mestre de Capoeira), Bella
Saffe( Bailarina), Cícero Mayor( músico, capoeirista, produção) e a assessoria
de impressa de Cássia Candra que foi também a representante do Instituto
Roerich na reunião com os grupos Roerich. Levamos Exu, abre as portas em todas
as apresentações, Ogum (Patrono da Capoeira) e Oxalá (Pai de Todos). Um outro
componente fortíssimo foi a nossa assessora internacional Andréa Ruf que nos
assessorou de modo dinâmico e enérgico(claro estamos falando da pré-produção) e
apoio do nosso presidente Raimundo Crispim na produção da pré - produção e produção e pós - produção junto com Cássia Candra.
Passamos quatro a cinco dias no Vale de Kullu e entre celebrações,
apresentações fizemos alguns passeios aos templos, montanhas, cidades vizinhas.
Lugares, lugares maravilhosos, habitats do silêncio e da reflexão cujo caminho
é um tom de cores quase que único de cinzas e mistérios interrompidos por cores
vibrantes e quentes das roupas das mulheres do interior indiano, dos rios
paralelos as estradas que correm por baixo das pontes entre pedras e lixos, dos
caminhões e ônibus com seus bigodes repletos de camponeses e compras nos tetos.
Estradas dentro de montanhas do tamanho do Pão de Açúcar ou maiores. Vimos
zebus, casas de banhos públicas para homens, templos muitos templos, entre
bosques, entre casas, no alto das montanhas, dentro de casas, dentro de grutas,
no pé das montanhas. Na beira das estradas muitos. Vacas entre carros, carros
entre rebanhos caprinos com camponês desconcertado, intrigado ou no mínimo
curioso. Meninas (oito, nove anos) de piercing. E é tão estranho a cultura do
outro. Que fico curioso a imaginar o que imaginaram de mim e dos demais. Dos
passeios que fizemos visitamos algumas lojas e todas as lojas os comerciantes
nos ofereceram haxixe. Não haxixe, mas os comerciantes adoram oferecer seus
produtos e pechinchar e só desistem depois de vender o produto desejado, então
se você não tem interesse. Dê um preço bem abaixo do valor oferecido pelo
comerciante. Por exemplo o tapete vale 5.000 rupias(suposição) e você não quer
comprar oferece, umas 500 rupias. O vendedor vai rir de você e desconversar
dizendo que tem um outro por esse valor de 500 rúpias. Hora de dizer, Thank
You!!!!Atenção!!! Baixar o preço na pechincha pode ser realmente, a melhor
maneira de comprar um produto na India, consegui comprar o mesmo
produto(estatuas do Buda, em posição de Lótus) por valores(400, 300 e 100 rupias)bem
diferentes com o mesmo vendedor por não conhecer esse "jogo do
comércio."
Ainda estamos no Vale de Kullu, onde fizemos duas apresentações.
Vou deixar as fotos falarem um pouco mais ao final do texto antes de sairmos
para outra cidade. Vou relatar a nossa segunda apresentação na Índia. Fizemos
uma apresentação para mais de 10.000 pessoas num Festival de Dussehra. Um
festival de dança, apesar de não sermos especificamente dança. Estavamos lá.
Televisão, grupos locais do folclore indiano e a nossa apresentação que seria
em duas partes cerca de vinte minutos cada foi reduzida a uma apresentação
simples de quinze minutos por questões políticas sempre a política. Bem !!!
Feita apresentação. Ainda ficamos dos bastidores, admirando os grupos. Demos
entrevista a televisão local. E ainda consegui trocar um "palavreado"
com outros artistas. Um espetáculo !!! Vamos voltar?! Voltar por uma estrada
sem sinalização, sem iluminação. Sem Lua para colorir a estrada. Com as luzes
das estrelas. Uma determinada hora. Nesse cenário passamos por um homem deitado
na estrada. Morto? Doente? O motorista nos falou que estava bêbado. Bêbado. E
assim fechamos a noite. Estrada a dentro. Na pista um homem deitado bêbado num
breu de ver todas as estrelas.
Dia seguinte.
Vamos deixar o Vale dos Deuses rumo as outras apresentações. Mas,
antes das apresentações um passeio. Fizemos um tour até uma localidade com um
Buda Gigante visto de diversas partes do lugarejo. Uma breve circulação
compras, monges na rua, e apesar de estar nos recônditos da Índia, a placa do
estabelecimento dizia: - Lan House!!! Eu com meu pré - conceito, pensei. - Até
Lan House tem aqui e hoje com o pós - conceito, penso: - Vai saber com que
velocidade!!! Circular, circular. Olhar os diversos artigos expostos na rua. E
a depender do preço e do que seja, se você gostou é melhor comprar. Pois, ou
vai encontrar mais cara ou não vai encontrar. O produto varia de região para
região. Então. Atenção!!! E para lembrar sempre negocie.
Mas, as compras vamos deixar para Nova Delhi. !!!!!
Depois de rodar muito no lugarejo, ver monges e crianças(
aspirantes a monges), bandeiras com inscrições em hindi. Fomos a um monastério
dentro de uma rocha.Uma grande gruta com monges meditando, um Buda em posição
de Lótus, luzes. O fluxo de pessoas é constante. Mais ao fundo uma outra
localidade para meditação. Não consegui me concentrar muito dentro do espaço
até por que foi um passeio a toque de caixa de certa forma. Então, olhei o que
tinha que olhar e sai. Acima da gruta, melhor em cima da gruta uma sequência de
montanhas. Bandeiras com escritos em hindi, muito provável. Um mantra. Meu
hindi, não estava muito fluente. Não deu para entender, nada. Mas, ..., deixa
para lá. E a vista !? Montanhas, e montanhas a perder de vista. Algumas casas,
casas com milho no telhado. Cenário de Karatê Kid( o terceiro). O passeio já estava no final e fiquei como fico sempre em contato
com a entidade - Natureza paralisado. Um lugar para se sentir. Relatar. É
reviver. Que sirva de amostra para quem deseja ir. Como falei achei que já
estava no final. Êêê!!! A nossa guia trouxe uma das pessoas do nosso grupo. Uma
integrante das Ilhas Maldivas e junto com uma monja foi mostrar a gruta secreta
de Padma Sambhava. Um local em que Padma Sambhava meditava sempre. Completou o passeio e eu sai,em corpo físico, mas deixei um pedaço da Alma ou trouxe um
pedaço da sensação de estar nesse espaço. Maravilha!!!!Maravilha!!!!
Vamos seguir viagem, o passeio está dos deuses, mas ainda temos
uma apresentação hoje. E seguimos para a terceira apresentação. Cidade de Barmana.
Quando ainda estávamos no Brasil, não lembro ao certo. Falaram para nós que
faríamos os espetáculos em fábricas de cimentos. Eu fiquei tentando imaginar a
cena, o palco armado no pátio da fábrica, mas não foi nada disso. Chegamos no
hotel da fábrica. Acomodados no quarto. E devidamente prontos partimos para
mais uma apresentação. A terceira e para mim a melhor de cinco. Fluiu tão bem o
espetáculo. Que a abertura, com o personagem Exu exalou exuberância, força,
prontidão o espetáculo num período curto de ensaio, preparação apresentações
tudo assimjuntinhoquasenomesmopacote. Estava amadurecendo, tinha ganhado
corpo. É isso, tinha ganhado força. Corpo!!!!!. E foi por demais um ESPETÁCULO
- Do começo ao fim.
No dia seguinte fizemos um passeio pelos arredores do hotel. Um
espaço da fábrica também com uma área imensa de natureza. Onde se cria mudas de
plantas, bichos, tem creche, o teatro, um local de oração, e outros espaços
para os trabalhadores da fábrica. Gostou do passeio? Então, vamos em frente
para outro hotel, teatro e a fábrica de cimento na nossa cola. Darlaghat. Sim outra cidade. Outro hotel, um récem - pronto dentro de um grande condomínio com
saída e entrada para a fábrica de cimento. Serei breve nessa apresentação e vou
destacar um fato curioso. Depois de escandalizar com o Maculelê( homens sem
camisa, foi a pauta de toda a viagem tirar ou não tirar a camisa no Maculelê).
Fomos tirar a foto de práxis e uma das mulheres(provável esposa de algum
dirigente) no palco, o mestre de capoeira ( Santa Rosa) abraçou a senhora. Foi
um burburinho, foi ôôô burburinho. E o
comentário final: - Nunca naquela comunidade havia visto apresentações de
homens sem camisa. Hum, marcamos a história(risos). Vamos embora. para a antiga
capital da Índia, Shimla. Uma cidade belíssima. Gostosa por demais para passear
no sábado com a companheira ou companheiro numa rua espaçosa, tarde charmosa,
com casarões britânicos. Parece que todas as pessoas se conhecem e são as mais
felizes do mundo, todas bem agasalhadas. Então, estamos no Outuno na Ásia. Com uma prática típica local. É no
sábado que na igreja local são renovados os votos de longa vida para o marido e
só para ele. ponto(é assim mesmo).
Bom vamos a nossa última apresentação para partir para Nova Delhi,
AS COMPRAS!!!!!!! A nossa última apresentação foi mesclada com a apresentação
do grupo russo danças típicas da Rússia com Maculelê, Capoeira, Samba de Roda.
Ijexá. Para um público indiano. Bastante receptivo. Fechamos os nossos
trabalhos Índia, Himalaia, Himachal Pradesh, Norte da India.
Dia Seguinte
Uma parte do grupo seguia para Nova Delhi e outros dois dos nossos
componentes seguiam desbravando a Índia. Da parte dele só posso contar que
ficaram mais uma semana. Da nossa parte, pegamos mais de 10 horas de estrada
com a delegação russa. Estrada, Estrada, Estrada.
Olha eu vou pular a parte que chegamos a Nova Delhi inicio da
noite, pegando trânsito e mau cheiro na entrada da cidade e o tal caos indiano
sorrindo da janela e acenando. Mas, sobrevivemos e chegamos a Embaixada
Cultural da Rússia. Não, não vamos ficar aqui. Táxi, táxi e uma outra
conturbação para chegar ao devido hotel. Dois táxis e o medo de partir o grupo
e um se perder do outro. Bom chegamos ao hotel.
Hotel? De Frente para uma paisagem caótica mesmo "a la algum
filme fim dos tempos década de oitenta". E ficamos dois dias nesse
paraíso.
COMPRAS COMPRAS COMPRAS
Quero deixar claro que não sou nenhum um pouco consumista e não
sou mesmo, só estou enchendo o saco com isso de compras, por que sei que tem
uma galera que ia adorar estar em Nova Delhi e o seu comércio de incenso,
bijouterias, pratas, roupas, cds, tapetes, estátuas, imagens, bolsas e milhares
de outras coisas em lojas, lojinhas, "armações", na rua, na mão ou
sacola do vendedor. Fizemos essa via crucis dois dias. O primeiro foi tenso
tenso. Andar numa cidade onde o risco de bomba é grande também em metrô, grande
aglomerações(graças a Deus que só lembrei disso agora). Vou ser sincero, não
consegui relaxar muito não, mas gostaria de voltar a cidade para experienciar
uma outra cidade. De comércio também, mas outros pontos, outros caos e
devaneios, onde as mulheres não andam com as roupas típicas indianas diferente
do interior da Índia.
Eu contaria mais e mais sobre a Índia esse país - continente para
se voltar inúmeras vezes, mas temos que voltar ao Brasil. Vou ter que passar em
casa para pegar a mala de praia, pois já viajo esses dias para o litoral norte
baiano. No voo de volta ao Brasil
passamos por cima da minha segunda viagem tão esperada, África, Egito. Em Breve
espero.
Agora as imagens falam mais