Liebe Paradiso é uma obra feita para marcar a infância. Por
influência de mãe e pai alguns discos (LPs) marcaram a primeira infância (sugestão
de 0 a 10 anos). Ouviamos Estrangeiro – Caetano Veloso(1989), Tracy Chapman –
Tracy Chapman(1988), Barrancas do Gavião – Elomar (1972) e Maria – Maria
Bethânia(1988).
O primeiro lugar para
estar é dentro de si, mas “quem de dentro de si não sai” padece.
... o futuro é perto ...
Liebe Paradiso marca a terceira infância deste sujeito. Uma
obra poética – sonora feita para imagens, imaginações. Ouvindo algumas faixas
do disco no youtube, deparei com a composição Polaroides (décima faixa) de
Celso Fonseca e Ronaldo Bastos em consonância com Sandra de Sá(voz), Donatinho
(teclado) Arthur Maia ( baixo), Sacha Amback(sintetizador), Bernardo Bosisio(guitarra),
Renato Calmon(bateria), Armando Marçal(percussão), Dado Vila-Lobos (guo zheng)
e imagens de Rodrigo Ferdinand. Imagens
de qualquer lugar, mas de uma Rio de Janeiro vista com “os olhos especiais de
Dorival Caymmi”. Olhos de quem viu, de quem vivenciou e entre muitos
solitários, não atropelou o cotidiano e a sua vaga-pressa, a sua vaga-impressão-progresso.
O cotidiano nos engole pelo seu ímpeto a todo vapor, mas é uma ferramenta
dentro do mundo das idéias. Avant(e) - garde
com o cotidiano perceptível, olhos especiais caymminianos em:
Uma obra de
sensações. Flor da Noite (segunda faixa) na voz de Nana Caymmi, Robertinho
Silva (percussão), Celso Fonseca (guitarra e arranjo de base) Sacha
Amback(sintetizador e baixo no sintetizador) Duda Mello( loop) Eduardo Souto
Neto( arranjo e regência de cordas),
José Alves( violino) Carlos Hack(violino) Jesuína Passaroto(viola) Iura
Ranevsky(cello). A segunda faixa traduz o nome Liebe Paradiso bem. Pois ouvindo
Flor da Noite só me vem indagações. Todo
esse composto nos remete onde? Onde quero estar? Com quem estaria ouvindo essa
composição? Lá sou amigo do Rei!!! É uma
canção de sensações e desejos. Materialização de momentos.
Então, fui a Índia /Himalaia
– Rothang de frente para a montanha two brothers (ouvindo e vendo). Depois fui
a manhã de um dia desses em plena estrada(nordeste brasileiro) ao nascer do dia
e as nuances de cores. Voltei à Bahia numa tarde chuvosa no Palácio da Aclamação e a Bahia de todos os Santos é cinza
e uma sensação de nuvem. E acordei numa
madrugada em pleno céu do Vale do Capão todas as estrelas, pontos e
constelações. A Via – Láctea é uma grande mancha, uma porção de Liebe Paradiso.
Estamos na Bahia e como Cidadão do Mundo “ouvendo” Candeeiro(
faixa três) Celso Fonseca( voz, violão, arranjo de base e guitarra), Robertinho
Silva( percussão e efeitos), Eduardo Souto Neto( arranjos e regência), Philip
Doyle(trompa), Sacha Amback(sintetizador) Donatinho (baixo no sintetizador),
Duda Mello (loop, efeitos). Não há outra “pedra” que não seja esse recorte da
Bahia. Ainda que não seja São Salvador da Bahia. Feito e refeito. Invento e
rebento de um povo de um lugar. Ijexá com sintetizador, loop, efeitos, trompa,
guitarras é Ijexá. É uma outra baía. Mas tem dendê, tem ginga. O modus vivendi
de um capoeira angola filosofia - malícia, brincante - jogo, malandragem - mestre
e uma benção para defesa, uma Benção para espalhar.
Liebe Paradiso para os cinco sentidos, o sexto sentido e uma
extensão da alma.
Um novo ciclo, Ronaldo Bastos por favor:
Entrar no abismo e sai Paradiso, Celso Fonseca
Uma obra para todas as infâncias. Uma obra de todas as áreas,
pois dentro do Liebe Paradiso cada peça constitui um fator preponderante para
expansão e contração – é uma grande respiração do universo segundo a visão
hindu. E respiro muito mais aliviado, a falsa impressão de ter nascido na
época errada passou, a angústia e inquietude permanecem (sou uma usina nucleadora). Mas, o dizer “nada
acontece” perde força e há um outro sentido no horizonte. Se Liebe Paradiso é o
disco e um disco para todas as infâncias na terceira infância desse sujeito.
Outros verões virão.
... o futuro é perto ...
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